Má moeda...
Haverá repercurssões da teoria da má moeda e da boa moeda do Cavaco Silva aí na planície?
Que moeda é a que circula?
Olhares sobre a Planície
Haverá repercurssões da teoria da má moeda e da boa moeda do Cavaco Silva aí na planície?
«Estou convencido, e isso também já aqui foi dito pela Profª. Elisa Ferreira, que aquilo que inviabilizou a aprovação dos portugueses no referendo da regionalização foi, sobretudo, a não identificação destes com o modelo territorial proposto. Tivesse o referendo sido feito numa lógica das cinco regiões e, certamente, o resultado teria sido outro.
A Associação de Municípios do Distrito de Beja aprovou ontem, por unanimidade, a sua transformação em associação de fins específicos, pondo um ponto final à ilegalidade que, em acordo firmado num fim-de-samena no Funchal entre os representantes do Pattido Socialista e do Partido Social Democrata, a tinham unilateralmente conduzido. (ver Diário do Alentejo)
No passado fim-de-semana tornou a acontecer uma rixa entre famílias ciganas, da qual resultou um morto e dois feridos. Foi em Trigaches, como já tinha sido em Figueira de Cavaleiros e noutros locais. Todos os anos, por esta altura, é vê-los, à beira das estradas, em pequenos acampamentos. São os últimos nómadas. São ciganos. Não são bem gente… são braços para a apanha da azeitona. Servem enquanto servem, porquanto partam quando deixarem de servir. Inspiram medo, incomodidades e pequenos ódios. Lembro-me de Pita Ameixa ter pensado num parque nómada em Ferreira – porque havia que dar condições àquelas gentes… – como se a solução não fosse ela própria tão discriminatória como aquilo que, politicamente, se queria combater.
Regressei ontem de uma pequena interrupção à sequência normal da vulgaridade em que, voluntaria ou involuntariamente, nos arrastamos ou deixamos que nos arrastem. Por ora, ainda não consegui digerir bem o turbilhão de confrontos que me ocorre. Entre o que podiamos ser e o que somos.
Tratar da promoção do nosso porco preto (vamos lá a ver se não estico mal o pernil de novo) é tratar da nossa imagem, interna e externa, promovendo o que temos, o fazemos e o que somos que nos distingue e identica.
As Associações de Desenvolvimento Local (ADL) e outras organizações do III sector (privado não lucrativo) fazem, no Alentejo e um pouco por todo o país, um meritório, algumas vezes excepcional, trabalho de Desenvolvimento nas suas áreas geográficas de actuação. Fiquemos entendidos quanto a este ponto; a afirmação está feita e é minha.
«Em primeiro lugar, a sociedade civil portuguesa é rica em tecnologias familiares, tanto materiais como simbólicas, e em formas de sociabilidade face-a-face baseadas sobretudo no parentesco e na vizinhança. (...) [A] sociedade civil portuguesa é fraca, isto é, atomizada e fragmentada, se a julgarmos apenas pelos padrões e formas de organização dominantes nos países centrais. Pode, ao invés, conceber-se que as sociedades civis dos países centrais são fracas, quando julgadas segundo os padrões e as formas de organização em que a sociedade portuguesa é forte. É fácil construir o contra-argumento de que se trata de arcaísmos pré-modernos, tradicionais e retrógrados, não admirando por isso que tenham figurado entre os créditos da contabilidade salazarista. Admitindo que nem sempre é fácil distinguir uma posição retrógrada de uma posição progressista (ao contrário do que pensam os dogmáticos das várias cores), há procedimentos analíticos e critérios políticos que podem ajudar à distinção. Tomemos, por exemplo, o caso da pequena agricultura familiar ainda importante entre nós e dita ineficiente, retrógrada e condenada ao lixo da história pelos adeptos da modernização, agora entrincheirados no poder. Sem dúvida que é retrógrada, pelo menos, em dois pontos: em primeiro lugar, representa dominantemente uma estratégia de sobrevivência, que raramente chega para atingir um nível de vida decente; em segundo lugar, é uma organização social particularmente dominada pelo poder do patriarcado e, portanto, pela desigualdade sexual e pela exploração do trabalho infantil.
O mutismo, o autismo, a mediocridade salóia têm sido por aqui denunciados pelos meus estimados confrades desta Torre sem eco para lá do agradável crescente número de leitores assíduos que vamos registando com profunda gratidão.
Ora a propósito desta curiosa e nebulosa companhia mineiró/turistica deu à costa uma notícia ...
Escola Bento de Jesus Caraça decide fechar pólo por falta de viabilidade económica - Ensino profissional encerra no concelho de Castro Verde.
Não sou alentejano, de berço. Mas amo o Alentejo. E não o faço com o distanciamento urbano, que acha pitoresco o Domingo ao sul. Amo o Alentejo pelo que é. Verdadeiramente. Pelas suas cores, pelos seus sabores, pelos seus cheiros, pelas suas gentes, pela sua dolência e irreverência. E sei do que falo. E falo do Alentejo mais distante. Do Baixo-Alentejo. Do Alentejo Interior. Do Alentejo quente, no Verão, como a braseira no Inverno. Do Alentejo frio, no Inverno, como o gaspacho no Verão. Falo do Alentejo desprezado pelo poder político. Abandonado pela comunicação social. Usado pela urbanidade chique. Do Alentejo de Barrancos – uma vez mais olvidado, como durante séculos, agora que a tensão já não se sobrepõe à tradição. E isto faz sentir-me alentejano também...
Confesso que a questão da Empresa do Aeroporto de Beja me deixou um bocado perplexo.
Tenho reparado que para a maioria dos meus conterrâneos, a teleologia parece continuar a ser...entrar anónimo na vida, não levantar ondas pelo caminho e, abandonar este vale de lágrimas incógnito.
Que os companheiros desta aventura viessem aqui e acrescentassem um post, para além da declaração de intenções e demais propósitos. Contudo, parece que se estão a acanhar.