novembro 23, 2004

A última fronteira da tolerância racial: os ciganos

No passado fim-de-semana tornou a acontecer uma rixa entre famílias ciganas, da qual resultou um morto e dois feridos. Foi em Trigaches, como já tinha sido em Figueira de Cavaleiros e noutros locais. Todos os anos, por esta altura, é vê-los, à beira das estradas, em pequenos acampamentos. São os últimos nómadas. São ciganos. Não são bem gente… são braços para a apanha da azeitona. Servem enquanto servem, porquanto partam quando deixarem de servir. Inspiram medo, incomodidades e pequenos ódios. Lembro-me de Pita Ameixa ter pensado num parque nómada em Ferreira – porque havia que dar condições àquelas gentes… – como se a solução não fosse ela própria tão discriminatória como aquilo que, politicamente, se queria combater.

Serão os ciganos a última fronteira da tolerância racial? Estarão eles, já, para lá da linha? Serão, paradoxalmente, servos da gleba sem gleba?

1 Comentários:

às 9:10 da manhã, Blogger Lachega escreveu...

Este é um caso complicado. Não concordo que seja um caso de racismo. Os Portugueses de um modo geral são tolerantes. Acho que a última fronteira deverá ter muito empenho da parte dos ciganos para a ultrapassarem. É evidente que ninguém quer à sua porta situações que geram o medo. Na minha opinião, cabe aos ciganos um maior esforço e a prova é que temos ciganos bem instalados na vida economicamente e culturalmente.

 

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