abril 13, 2005

O choque liberal

Após a leitura, aqui mais abaixo, do post do Carlos, ocorreu-me uma ideia que venho a defender desde há, para aí, 8 anos: quando, pela primeira vez, pus, verdadeiramente, os pés em terra alentejana. O Alentejo carece de um choque liberal! A ideia peregrina, utópica e, necessariamente, de esquerda de que é ao Estado que cabe desenvolver a região e melhorar as condições de vida dos cidadão é altamente desresponsabilizadora dos agentes privados – porque é levada demasiadamente à letra. É verdade que o Estado (seja por via dos organismos da Administração Central desconcentrados, seja por via da Administração Local, seja – para a esquerda mais audaz – por via do financiamento das organizações da Economia Social) tem um papel importante nestes desafios e ainda mais numa região com os estrangulamentos estruturais do Alentejo. Mas o que se tem assistido ao longo dos anos é que as políticas públicas levadas a cabo na região, ao invés de estimularem a autonomização, aprofundam as dependências. E este facto, absolutamente incontornável, pode ter uma de duas origens – deixo-vos a escolha da que vos parecer mais acertada… – : (i) ou a opção ideológica para a região tem sido demasiadamente estatista e carece de uma vontade expressa de desregulamentação, de simplificação, de termo dos subsídios, etc. ou (ii) há uma lógica clientelista, de pequenos e grandes favores, configurando a rede constituída por boa parte dos lugares de poder uma verdadeira teia mafiosa ao serviço de interesses alojados dentro dos partidos, e nessa caso carece de intervenção da justiça e de um acelerado processo de circulação de elites.

4 Comentários:

às 7:11 da tarde, Blogger Carlos Araújo Alves escreveu...

Estimado Pedro

Equacionar problemas é já de si muito complexo; prescrever receitas globais será mesmo manter o que tem sido feito no Alentejo.
Não serão choques liberais mais ou menos liberais que nos poderão ajudar, detendo-me numa frase que escreveste para melhor ilustrar onde pretendo chegar:

«políticas públicas levadas a cabo na região, ao invés de estimularem a autonomização, aprofundam as dependências»

É bem verdade a afirmação que proferes, mas não na sua globalidade. Repara, por exemplo, o salutar esforço que os municípios empreenderam no apoio à 3ª idade, na implementação dos cuidados de saúde domiciliários a quem deles necessita, o enorme esforço na constituição de uma magnífica biblioteca pública, a participação financeira em associações sem fins lucrativos dedicadas à educação artística, a implementação de uma rede de transportes urbanos, enfim, mesmo correndo o risco de me escaparem muitas outras acções de apoio aos cidadãos, julgo que chega para podermos aquilatar dos benefícios implementados pelo dinheiros públicos aos mais desfavorecidos.
Ora, por mais que eu esteja de acordo com o que tu dizes, que todos estes apoios criaram dependências em vez de favorecerem o surgimento de uma forte iniciativa privada, a verdade é que sem eles, meu caro amigo, já nem os mais idosos cá se aguentariam!
O problema é mais denso, de diagnóstico difícil, se o pretendermos generalizar, mas é por demais evidente a falta de espaço que os cidadãos dispõem para, fora dos aparelhos partidários, desenvolverem a sua criatividade, seja a nível económico, seja social, cultural.
No entanto, este profundo bloqueio à iniciativa privada (é disso que se trata, com todas as letrinhas) não advém tanto do poder autárquico, mas mais concretamente de uma clentela instalada, transversal a todos os aparelhos partidários, vulgar, medíocre, ciosa do seu do seu espaço, impondo-se de qualquer forma e maneira!
O problema é cultural, mental, e poderá ser medido numa intensa e epidérmica repulsa (diria quase generalizada dessa clentela) em aprender com quem tem experiência, já fez com resultados, tem currículo e poderá ensinar! Estas poucas pessoas que estejam nestas condições rapidamente são rotuladas de "chico-espertos" que têm a mania que sabem tudo e praticamente proscritos social e economicamente!
O que urge tentar, a meu ver, será inverter este quadro mental, implementar o gosto de aprender sempre com os mais experimentados e abrirem-se à constituição de equipas para a resolução dos graves problemas que nos afectam.
Poderei estar enganado, mas a meu ver são estes traços culturais o principal óbice para que as estruturas do Estado e municipais abram mão da organização exclusiva de tudo que possa aparecer e permitem florescimento de actores económicos válidos e empenhados.
Sintomático mesmo do que digo, estimado Pedro Sanches, é ver a percentagem de professores do Politécnico de Beja que já exerceram a actividade na área que ensinam!
Quantos professores da ESTIG já foram gestores de uma, pelo menos uma média empresa? Quantos professores do curso de Animação Cultural já exerceram essa profissão? Quantos professores do curso de música da ESE já deram aulas no ensino básico?
Se tu soubesses a percentagem.....

Abraço

 
às 7:59 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

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às 11:03 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

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