dezembro 06, 2004

Regionalidades... (dedicado ao Piotr Kropotkine)

Afinal, Piotr Kropotkine, parece que estamos mais uma vez de acordo! Em quê? Em constatar que neste Alentejo está tudo por fazer e o que tem sido feito de nada tem valido ao nosso desenvolvimento, bem pelo contrário (como bem dizes "o Baixo Alentejo representa menos de 1 por cento do volume de negócios e menos de 1 e meio por cento do emprego deste país")
Mas esta constatação, rapidamente para não maçar os nossos leitores, deriva da constância de três variáveis (que paradoxo!):
1 - total ausência de capacidade de iniciativa estruturante, seja privada, associativa, cooperativa ou pública das nossas gentes e, principalmente, de quem nos representa;
2 - desconcerto dos representantes partidários, mais interessados em ganhar uma irrelevante posição social ou um efémero poder, em vez de juntos identificarem as nossas virtualidades (não perderiam muito tempo, já adiantaste algumas e outros de nós mais umas tantas), traçarem as estratégias adequadas e coordenadas para a prossecução dos objectivos e traçar rumos que para os alentejanos tenham significado;
3 - o impedimento que o poder central nos impõe por inoperância (seria indelicado falar de desinteresse ou incompetência) de seguirmos o nosso rumo.
Poderá esta última variável parecer-te um pouco vaga, até vazia de sentido, mas em boa verdade seria muito útil (atrevo-me a meter por caminhos nos quais és reputado especialista) para que os alentejanos deixassem de lamuriar-se contra o "mauzão" do poder central e tomassem consciência de que o seu futuro só pode ser construído por eles! Acabar-se-iam as eternas desculpas da nossa falta de iniciativa e da total falta de espírito de serviço público que rasga, transversalmente, as estruturas partidárias locais.
Regionalização? Ó Piotr ela está mais que feita, há vários anos e em toda a Europa!



Estas são as nossas regiões oficialmente reconhecidas pela Associação das Regiões da Europa, a partir das quais são pensados e formulados todos os programas de relativização de assimetrias e desenvolvimento de regiões deprimidas - a chamada Europa das Regiões:



Clicando nas imagens constatarás que, afinal, existem 250 regiões nesta Europa de 32 países!
Perguntarás, então, por que é que o "tolinho" do teu amigo teima numa regionalização se ela está feita?
Ó pá, porque sim, porque somos o único país europeu (da Europa dos 15), entre os que têm regiões autónomas e os que não têm, onde estas regiões não podem apresentar directamente candidaturas que não sejam canalizadas e avalisadas pelo governo nacional e, para cúmulo, ele tem apresentado o que bem entende porque, coitados, são poucos, os pedidos muitos e mesmo aqueles que eles apresentam têm obtido vergonhosas taxas de concretização!
Por isso, se o termo regionalização fere, opte-se pela seguinte expressão: por favor, se não fôr muito incómodo permitem, V. Exs., que ousemos pensar no nosso futuro, empenharmo-nos nele e sermos responsáveis por ele?
Assim não sendo, impingem-nos Alquevas, Aeroportos, Portos e nós a vê-los passar...! Temos condições para construir uma fortíssima marca "Alentejo" através de produtos, gastronomia, turismo arqueológico, turismo rural, energias renováveis, temos muito para fazer a questão é vontade dos autóctones e "licença" dos senhores governantes!



1 Comentários:

às 10:18 da manhã, Blogger Piotr Kropotkine escreveu...

agente diverge nalgumas coisas porque os actores são diferentes.... eu acho que os politicos da região são o espelho da coisa... o que falta são iniciativas privadas para criar riqueza...

o estado tem de desenvolver infraestruturas e incentivar mas não deve ir muito mais além não acredito que seja o estado que impeça as marcas Alentejo nem por oposição nem por omissão...

 

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