novembro 17, 2005

Cuba – Beja ( de Comboio)

A automotora que despeja 50 pessoas, pelas 9h00m, todos os dias da semana, em Beja é um autocarro sobre carris. Um autocarro barulhento, agitado, pouco limpo, velho e desconfortável. Conversar com um parceiro de viagem é um incómodo tão directamente proporcional ao ruído que se ouve que o melhor é estar calado. Ler também não é solução. Pela mesma razão e porque a luz é tão frouxa quanto a trepidação é acentuada. Enfim, os turistas – os de chinela no pé – devem achar graça ao pitoresco da viagem. Eu, há 20 anos atrás, quando no Tua viajei em comboio semelhante também achei. Os que não abalaram de cá, os que cá continuam a trabalhar, os que, em terra de mobilidade pública tão reduzida, continuam a vir para Beja todos os dias na tal automotora, esses, duvido que apreciem a viagem no tempo.

[em simultâneo com o EpiCurtas]